Hipertensão na gravidez: perigo para mãe e bebê

Hipertensão na gravidez: perigo para mãe e bebê

6 de setembro de 2018

Saúde

A hipertensão na gravidez é um problema de saúde que atinge 10% das grávidas no Brasil. Segundo a Sociedade Internacional de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez, no mundo, mais de 75 mil mães e 500 mil bebês morrem anualmente devido à pressão alta.

Mulheres que já sofrem com a doença devem redobrar os cuidados com a saúde nesse período. É importante informar ao médico a sua condição para que ele recomende um tratamento adequado. Já aquelas que nunca tiveram o problema, podem desenvolver hipertensão arterial durante a gravidez.

O aumento da pressão compromete a saúde tanto da mãe quanto do feto e exige cuidados. “A hipertensão pode causar quadros de pré-eclâmpsia e eclâmpsia, que são próprias da gravidez, e aparecem após o quinto mês de gestação. Na pré-eclâmpsia, a pressão arterial materna aumenta e a mulher elimina proteínas pela urina ou apresenta lesão no rim, fígado, sistema de coagulação, pulmão ou cérebro”, explica Ricardo Cavalli, presidente da Febrasgo – Comissão Nacional Especializada em Hipertensão na Gestação da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Conheça os sintomas

A doença pode evoluir para eclâmpsia e comprometer a vida da mãe e do bebê. Pois, ela ocasiona lesões em órgãos como rins, fígado e até no sistema nervoso central. Ela pode, ainda, causar convulsões e inchaços, além de antecipar o parto, fazendo o bebê nascer prematuro.

As causas da hipertensão na gravidez são várias. Entre elas, estão problemas nos vasos sanguíneos, obesidade, alteração do colesterol ou das triglicérides e doença renal.

Os sintomas da hipertensão gestacional são dores de cabeça, inchaços, dificuldade para respirar, visão embaçada ou sensação de luzes piscando. O tratamento é feito com medicamentos. Mas, é necessário que a gestante faça o controle da pressão arterial e se alimente de forma correta.

“As mulheres obesas, diabéticas, com doenças renais, hipertensas antes da gravidez, grávidas de gêmeos e as que já tiveram eclâmpsia na gravidez anterior, possuem um risco maior de desenvolver a doença. Por esse motivo, elas devem prestar mais atenção na saúde”, afirma o médico.

Hipertensão pode se tornar crônica

As mães que desenvolveram hipertensão gestacional podem deixar de ser hipertensas após o parto. Pois, geralmente, a pressão arterial diminui com a eliminação da placenta. “É importante lembrar que a mulher deve ser avaliada por um médico porquê do mesmo modo que a pressão pode voltar aos níveis normais, a hipertensão pode se tornar crônica. Além disso, elas correm o risco de apresentar mais problemas cardiovasculares e renais no futuro, então devem fazer exercícios físicos e manter uma dieta balanceada pelo resto da vida”, alerta Cavalli.

As mulheres que já sofreram com pré-eclâmpsia na gravidez têm risco maior de ter pressão alta na próxima gestação. “O que recomendamos é que ela use medicamentos preventivos (AAS e Cálcio). Eles irão diminuir as chances de a doença acontecer novamente. Não elimina as chances, mas diminui”, lembra o médico.

“Para diminuir os óbitos devido à doença, é importante que as mães saibam o que é a hipertensão gestacional, como evitar e o que ela pode causar. Depois, é preciso orientar os médicos para tratar adequadamente a paciente. É necessário ter um bom atendimento tanto no posto de saúde quanto no sistema hospitalar”, finaliza Cavalli.

 

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